Que tipo de lenha devo usar no meu recuperador?

Quando lá fora o vento sopra e a chuva bate na janela, significa para muitos um óptimo dia! Óptimo para ficar em casa a ver um filme no quentinho, faltando só acender a lareira.
Na hora de acender a lareira, poucas pessoas pensam no tipo de lenha que estão a usar. Mas a verdade é que, há tipos de lenha que libertam mais calor do que outros. Com a combinação certa, podemos gerar mais calor durante mais tempo e assim evitar as recargas frequentes.

Há algum problema em utilizar lenha verde?

Há. Deve ter o cuidado de usar lenha bem seca. Uma vez que lenha molhada ou verde, provoca condensação na câmara de combustão consequentemente causando sujidade no vidro e dificultando a utilização do equipamento.

Lenha verde poderá conter até 75% de humidade, essa percentagem terá um efeito significativo no rendimento da lenha e no seu poder calorífico. Isto porque, parte do calor gerado inicialmente serve para evaporar a água contida na lenha.

Antes de ser utilizada, a lenha deve ser envelhecida por um determinado período (entre 18 a 24 meses), com a finalidade de reduzir o seu teor de humidade para níveis aceitáveis (entre 15 a 20%).

Lenha macia vs Lenha dura

Para conseguir uma melhor prestação da sua lareira ou recuperador de calor é aconselhável, fazer uma mistura de lenha macia e dura. Existem diversos tipos de lenha para recuperadores de calor e salamandras.

Podemos classificá-la em duas categorias, baixa e alta densidade, mais macia ou dura. Esta classificação mede-se de acordo com o peso em kg por m³ de matéria.

• Lenha macia ou de baixa densidade: o seu peso médio é cerca de 300-350 Kg/m³. Variedades como, pinheiro, choupo, abeto, eucalipto, castanheiro, entre outros. A sua queima é mais rápida, produz um calor forte e sendo assim excelente para iniciar o fogo. Contudo, como queima mais rápido, é necessário recarregar com mais frequência a lareira ou recuperador de calor.
• Lenha dura ou de alta densidade: o seu peso médio é cerca de 350-400 Kg/m³. Variedades como, azinheira, carvalho, ulmeiro, faia, entre outros. Esta é mais densa e muito menos resinosa e assim sendo a sua queima é mais lenta. Produz um calor mais duradouro assim evitando os abastecimentos frequentes.

Lenhas de maior densidade, como a de azinho, de carvalho, de eucalipto ou de sobreiro, são as melhores em termos de produção de calor, rendimento e consumo. No entanto, deve-se ter em conta que a sua composição dificulta o acendimento.

A lenha de pinho, por ser resinosa, deve ser usada com moderação. Esta lenha traz algumas vantagens no acendimento em relação a outras. Em contrapartida, acarreta mais manutenção, quer seja com recuperador de calor ou lareira e requer mais limpeza da sua chaminé.

Algumas madeiras macias, contêm bolsas de humidade com gás comprimido que explodem sob a acção do calor. As explosões produzem fagulhas que são perigosas em lareiras abertas e sem os devidos painéis de protecção.

Emissões de CO2 e CO

As emissões de CO2 (dióxido de carbono) de um recuperador são ambientalmente neutras, sendo que, a quantidade de CO2 libertada pela lenha é idêntica quando queimada ou quando apodrece na floresta.

As emissões de CO (monóxido de carbono) dependem da eficiência da queima dos recuperadores. Ou seja, quanto mais eficiente for um recuperador e quanto melhor for o seu processo de combustão, menor será a sua perda química -CO- e mais eficiente ambientalmente será esse equipamento. É o caso dos recuperadores com dupla e tripla combustão.

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